quarta-feira, 5 de novembro de 2008

E Obama venceu...


O democrata Barack Obama é o novo presidente dos EUA. Depois de oito terríveis anos de governo Bush, eis que a maioria dos estadunidenses e grande parte mundo respiram mais aliviados. O "dream" de Martin Luther King Jr. se concretiza e completa seu ciclo. Um representante negro dos EUA, enfim, atinge o ápice dos direitos civis e políticos, pelos quais tanto lutou Luther King. Sim, a eleição de Obama é um acontecimento histórico e emblemático, pois, simbolicamente, dentro da história norte-americana, a página do racismo foi virada.

A eleição presidencial de 2008 foi uma das poucas da história estadunidense a não deixar margem para dúvidas. Barack Obama teve mais votos populares (aproximadamente 53% dos votos, contra 47% de McCain); obteve vitória em pelo menos 28 dos 51 estados norte-americanos; entre os sete maiores e mais importantes estados, a saber: Califórnia, Texas, estado de Nova Iorque, Flórida, Illinois, Pensilvânia e Ohio, Obama só não venceu no Texas, ah o Texas... ; e conquistou pelo menos 338 delegados no colégio eleitoral, sendo que eram necessários 270 dos 538 delegados. Por tudo isso, Obama, o 44° presidente dos EUA, chega bastante legitimado ao poder.

Gostei muito da vitória de Obama. O novo presidente tem uma belíssima biografia e idéias interessantes e progressistas. Por outro lado, vem respaldado por boa parte dos setores econômicos dominantes dos EUA, prova disso é que arrecadou mais de 750 milhões de dólares durante sua campanha. De todo modo, Obama se posicionou desde sempre contra a Guerra do Iraque, participou ativamente de vários projetos sociais em Chicago e teve uma atuação muito respeitável no senado dos EUA. Quais serão suas práticas enquanto presidente... a conferir. Torço muito para que ele mantenha a coerência.

O presidente Lula gostou da eleição de Barack Obama. A presidenta Cristina Kirchner e o primeiro-ministro britânico, Gordon Browm, também. Silvio Berlusconi não gostou muito, Álvaro Uribe nem um pouco. Nicolas Sarkozy não sabe bem se gostou ou não. Hugo Chávez e Evo Morales acho que, no fundo, gostaram... eles voltarão a dialogar com os EUA. A imprensa cubana olhou com reservas, mas sem dúvidas preferia Obama à McCain. O governo cubano não se posicionou.

Assim termina mais uma eleição presidencial nos EUA. Sufrágio indireto é seu modelo; bipartidarismo engessado, sua realidade; ausência de uma justiça eleitoral federal, algo um tanto esquisito; pleito em uma terça-feira, algo bizarro; ausência de horário eleitoral gratuito no rádio e na TV... não me parece algo tão democrático, pois favorece amplamente o poder econômico. Mas é assim, nosotros brasileños só nos damos o direito de meter o bedelho nas democracias venezuelana, boliviana e equatoriana. Dessa maneira, a democracia estadunidense parece "perfeita" e inquestionável. No que se refere a ela, damos uma lição de respeito à autodeterminação dos povos!

3 comentários:

nico disse...

Creo que fue la mejor de las posibilidades. Ahora hay que ver cuanta fuerza tiene en el escenario internacional, si consigue retirar las tropas de Irak sería un buen anuncio.
Personalmente pienso que el poder conómico puede llegar a doblar la voluntad inicial de Obama, vamos a ver.
De todas formas me quedo con el pronóstico de N. Damus de que el último Papa iba a ser negro, no será que erró? no en su apocalipsis sino en que el último emperador iba a ser negro?

Huguera disse...

O duro foi escutar o famigerado Alexandre Garcia comentando no jornal do almoço:

"É, enquanto no Brasil só se faz festa no carnaval, lá eles fazem festa nas eleições..."

Porra, fi-di-quenga, até parece que nem teve festa quando da eleição do Lula né. Querer dizer que aquele modelo escroto é exemplo pra democracia? O sujeito ainda estraga o meu almoço...

Quanto ao Obama, fiquei feliz pela sua vitória, aguardemos o que virá. Para o Brasil em si, não creio que iremos sentir tanta mudança, nem faço questão de estreitar os laços com esses caras, o mundo é muito maior do que eles.

Andrecatuaba disse...

Vi o mesmo comentário a qual o Huguera se referiu e quase vomitei. Esse fulaninho que aparece na Globo na hora do almoço me desperta os "instintos mais primitivos."

Simbolicamente é muito bacana e tal, mas me parece que os democratas são mais protecionistas que os republicanos (liberais por excelência) e que para a economia brasileira isso não é tão bom.


Só vou acreditar que Obama é "da mudança" quando ele fechar a tornerinha do Pentágono. E não falo em apenas "retirar as tropas do Iraque", mas em peitar mesmo a indústria bélica.