Atacam-no, com veemência, pelo fato de ter tentado dar um golpe de Estado no ano de 1993. Chávez foi mal sucedido nessa tentativa e acabou sendo preso. Cumpriu sua pena e foi eleito democraticamente em 1999. Ora, quando analisamos as passagens de Getúlio Vargas na política brasileira fica muito bem diferenciado o seu governo ditatorial (sobretudo, Estado Novo) e seu governo democrático (1951-1954). Portanto, o que importa são as práticas de Chávez a partir de 1999, momento em que ele efetivamente chega ao poder e governa a Venezuela.
Cotidianamente, jornalistas da grande imprensa brasileira acusam o presidente da Venezuela de controlar os poderes legislativo e judiciário e não dão maiores explicações sobre isso. Chávez, efetivamente, controla esses dois poderes. No caso do legislativo, isso se deu em função de uma manobra - no mínimo desestabilizadora, para não dizer golpista - desastrada da direita venezuelana. Ela simplesmente resolveu boicotar as últimas eleições legislativas, considerando, talvez, que isso deslegitimaria Hugo Chávez. É óbvio que não o deslegitimou e o partido chavista passou a ter todas as cadeiras do congresso venezuelano. No caso do judiciário, na Venezuela, assim como no Brasil e na maioria das democracias ocidentais, é o presidente da república quem nomeia os ministros da suprema corte. Portanto, não enxergo o autoritarismo.
Com maioria no Congresso, o governo de Hugo Chávez promulgou uma nova constituição para a Venezuela. Muito ao contrário do que alguns poderiam imaginar, a nova constituição ficou altamente democrática. Nela estão previstos referendos populares periódicos a respeito da permanência ou não do presidente da república no poder. Vários avanços sociais são contemplados, como por exemplo o estabelecimento dos círculos bolivarianos, presentes nos lugares pobres de todo o país. Nada disso é tratado pela grande mídia.
Outro fato muito comentado, porém pessimamente explicado foi a não renovação, por parte do governo Chávez, da concessão pública para a rede de televisão RCTV. Primeiro ponto: a RCTV esteve diretamente ligada à tentativa de golpe de Estado que Hugo Chávez sofreu em 2002 (vejam o documentário irlandês A revolução não será televisionada). Segundo ponto: a RCTV tinha dívidas trabalhistas e fiscais pendentes. Terceiro ponto: a não concessão pública é uma prerrogativa dos chefes do poder executivo em praticamente todas as democracias ocidentais. Não são poucos os exemplos de chefes de países europeus que optaram por não renovar a concessão para essa ou aquela rede de comunicações. Omitir isso do público é uma tremenda má fé, por parte da grande imprensa brasileira.
Quanto à liberdade de imprensa, é uma piada de mau gosto dizer que ela não existe na Venezuela. A direita venezuelana conta com inúmeras TVs, rádios e jornais que fazem oposição ferrenha ao governo Chávez e continuam existindo normalmente. Hugo Chávez, inclusive, é freqüentemente desrespeitado por esses grupos, que associam sua figura à de um macaco e outras coisas mais. No caso da tentativa de reforma constitucional, no final de 2007, a imprensa anti-chavista teve total espaço nos meios de comunicação para fazer sua campanha contra a reforma. Ora, se isso não é liberdade de imprensa eu não sei mais de nada.
Por falar na reforma, Chávez poderia ter muito bem tê-la aprovada no Congresso Nacional, já que tem maioria parlamentar. Mas não, preferiu submetê-la à apreciação popular. O povo venezuelano discutiu amplamente seus pontos (não conheço países totalitários em que isso tenha sido possível) e optou por não aprová-la. Hugo Chávez aceitou o resultado e disse que continuará na luta (democrática) por sua aprovação.
E é por tudo isso que digo a todos que Soy chavista e estoy con Chávez hasta 2026!