sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Aberto da Austrália






O Aberto da Austrália, edição 2008, trouxe importantes novidades para os fãs de tênis. Primeiramente, uma grande revelação. Trata-se do francês Jo-Wilfried Tsonga, 22 anos, novo candidato a fenômeno do tênis mundial. Tsonga - que já fora destaque em sua época de juvenil - conviveu com uma série de lesões em 2005 e 2006, não obtendo, portanto, resultados expressivos. Em 2007 teve um ano razoável e terminou o ano entre os quarenta melhores do mundo. E foi nessa posição que Tsonga partiu para a disputa do Aberto da Austrália.

No torneio, o francês começou a chamar mais a atenção do público nas quartas-de-final, quando despachou, inapelavelmente, o respeitado tenista russo Mikhail Youzhny, por 3 sets a 0. Porém, assombrou de fato o mundo do tênis quando, na semifinal, nocauteou o poderoso espanhol Rafael Nadal, também por 3 sets a 0.

Vale destacar ainda, que Tsonga é um típico personagem dessa França dos tempos de Sarkozy, já que é filho de pai congolês e mãe francesa. Ou seja, é um francês negro e filho de imigrante, levando a bandeira da França pelo mundo do tênis. Cabe, portanto, à Sarkozy e à direita francesa olhar com mais cuidado e atenção para seus imigrantes, procurando incluí-los e não simplesmente perseguí-los e enxotá-los.

Voltando ao Aberto da Austrália, uma outra boa notícia para o tênis é a confirmação do sérvio Nowak Djokovic, 20 anos, como um dos grandes do esporte. Djokovic, que já fora muito bem em 2007 (terminando em terceiro no ranking da ATP), começa 2008 melhor ainda. O sérvio chega a final contra Tsonga sem ter perdido um set sequer. E mais impressionante do que isso, é que na semifinal ele bateu, em 3 sets, ninguém mais, ninguém menos do que o suiço Roger Federer.

Portanto, me parece que o circuito passará a contar, a partir de agora, com quatro tenistas fenomenais: Federer (possivelmente o melhor do esporte em todos os tempos), Nadal (o melhor tenista espanhol de todos tempos, o que não é pouco), Djokovic e Tsonga. E mais interessante do que isso, parece que finalmente o reinado de Federer aparenta estar ameaçado, e principalmente por Djokovic e Tsonga, já que Nadal só costuma bater o suiço nos pisos de saibro. É conferir.

Entre as mulheres não houve grandes novidades. Talvez a vitória da musa russa Maria Sharapova contra a número 1 do mundo, a belga Justine Henin. No entanto, o tênis feminino vive hoje um momento de muito equilíbrio entre as dez melhores do mundo e essa vitória acaba não sendo uma grande surpresa.

Em uma das semifinais, houve um jogaço entre a lindíssima eslovaca Daniela Hantuchova, contra a não menos bela Ana Ivanovic, da Sérvia. Além da boa qualidade da partida, chamou a atenção nesse jogo os intermináveis pedidos de desafios (uso do recurso tecnológico em caso de dúvida dos juízes) por parte das duas tenistas. E, na minha opinião, o jogo acabou sendo decidido dessa maneira. Em um lance capital a sérvia parou o jogo, pediu o desafio, comprovou-se que ela não tinha razão e mesmo assim a juíza mandou voltar o ponto, irritando profundamente a eslovaca, que se desconcentrou e errou uma bola fácil em seguida, tendo seu saque quebrado. Há que se rever o uso das teconologias no esporte.

E, finalmente, para os anti-estadunidenses de plantão, o tênis atual apresenta um dado surpreendente. É a primeira vez em décadas, que os EUA não contam com nenhum homem e nenhuma mulher entre os cinco melhores do mundo. Sinal dos tempos?

4 comentários:

Andrecatuaba disse...

De fato era difícil olhar para a bolinha durante aquele jogo.

Rzanon disse...

e viva os republicanos do Tio Sam e a decadência precoce do império. Tomara que eles vençam as eleições.

Sérgio Bertoldi disse...

Finalmente no Tênis Mundial teremos uma disputa mais interessante. Tal qual na Fórmula 1, agora teremos 4 carros brigando pelo título, e nao mais um equipe só como antigamente (O Federer como o Schumarcher na ferrari, e o Nadal como o rubinho ou o massa, ganhando apenas onde a pista era em sentido anti-horário ou com chuva).

Valeu a comparação?! :)

Bruno Cameschi disse...

Valeu a comparação!