quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Repúdio ao Flamengo, a maior vergonha do Brasil






Sempre detestei o Flamengo. Contudo, nesta semana novos elementos afloraram ainda mais meu ódio e repúdio ao Clube de Regatas do Flamengo, uma instituição lamentável. Os referidos elementos giram em torno dos seguintes temas: arbitragens "mandrakes" e beneplácito da grande imprensa em relação aos "favorecimengos".

No último domingo, Flamengo e Botafogo decidiram a Taça Guanabara. E mais uma vez a arbitragem foi rubro-negra. Não sou tolo de dizer que, a rigor, não houve penalty no lance do gol de empate do Flamengo ou que o segundo cartão amarelo do jogador Lúcio Flávio não foi justo. Entretanto, penaltys como aqueles acontecem aos montes todos os jogos. Nesse caso, quando o juiz é medroso ou mal-intencionado ele escolhe à dedo qual penalty marcar e a que equipe beneficiar com isso. É o que se convencionou chamar, no mundo do futebol, de "mandrakismo". Como o penalty foi "mandrake" (ainda mais por se tratar de uma decisão), os jogadores do Botafogo reclamaram muito e Lúcio Flávio tomou seu primeiro cartão amarelo, o que posteriormente culminou em sua expulsão. O resultado disso, não preciso nem me reportar.

Como se isso não bastasse, na mesma semana jogaram pela Copa Libertadores, Flamengo e Cienciano. Outra arbitragem vergonhosa. Gol do Cienciano claramente mal anulado, além de gol com matada no braço deram vitória ao Flamengo. Mais uma violação à justiça.

Tudo isso já é bastante revoltante. Mas nada é tão ruim que não possa piorar. E o que me revoltou, ainda mais, foi a repercussão dada pela grande mídia após os dois jogos. Primeiramente, lances dos dois jogos com edições extremamente parciais. No entanto, o pior de tudo foi ver nove entre dez comentaristas dizerem que as arbitragens dos dois jogos foram normais, ou no mínimo isentas, já que segundo eles: "errou-se para os dois lados". Ora, não se pode, em hipótese alguma, analisar uma arbitragem pelos lances soltos e sim pelo contexto. Isso é trivial. Todos sabem disso, mas, infelizmente, até mesmo alguns jornalistas bem formados acabaram entrando na onda rubro-negra e incorrendo nesse erro grosseiro.

Um dado emblemático acerca da histórica simpatia dos árbitros em relação ao Flamengo, se deu no Linha de Passe, mesa redonda transmitida pela ESPN Brasil. O programa é bastante interativo, uma vez que dezenas de e-mails de assinantes são lidos ao vivo durante seu curso. Nesta semana, por motivos óbvios, a tônica do programa foi a arbitragem. E lá pelas tantas, foi solicitado que os assinantes mandassem e-mails que apontassem jogos em toda a história, dentro dos quais o Flamengo tenha sido prejudicado. Ora, isso foi solicitado para atestar que todos os clubes são em algumas vezes beneficiados, em outras prejudicados. Até aí nada de mais, eu concordei com a solicitação. Eis que, até o final do programa, um (pasmem, apenas um) jogo em que o Flamengo tenha sido prejudicado pela arbitragem foi lembrado pelos e-mails dos assinantes (obviamente, em grande número, flamenguistas). Foi a final do campeonato carioca de 1989, em razão do leve empurrão do atacante Maurício em Leonardo, no gol do título botafoguense. Portanto, em 112 anos de história, seus torcedores se recordam de apenas um jogo em que o clube tenha sido prejudicado. Imagina se fosse o contrário, se a solicitação fosse feita para que os torcedores dos outros clubes se lembrassem das vezes em que o Flamengo foi beneficiado? Só eu, lembro de dezenas gravíssimas.

Até mesmo o time da década de 80, embora reconhecidamente bom, necessitou por várias vezes do auxílo da arbitragem para obter suas glórias. A maior vergonha que eu já vi, em toda minha vida, no tocante à arbitragem, foi no jogo FLamengo e Atlético-MG(http://br.youtube.com/watch?v=PwwXKwHm6BI), pela Copa Libertadores de 1981. O pernicioso e abominável José Roberto Wright (Wrong, para muitos) assaltou o time do Atlético, simplesmente expulsando cinco de seus jogadores e dando a vitória de bandeja ao Flamengo. Alíás, essa foi a vez em que o Flamengo conquistou sua única Copa Libertadores e a década de 80 foi a única verdadeiramente vitoriosa para o Flamengo. Eu tenho muitas suspeitas acerca da lisura desses tíulos conquistados. Em suma, vale para o futebol brasileiro também a famosa frase dos economistas sobre o Brasil: "década de 80, a década perdida".

Isso é o Flamengo. Uma instituição, em sua essência bastante elitista (haja vista sua localização, entre Gávea, Leblon e Lagoa Rodrigo de Freitas), mas que foi transformada proposital e perversamente em fenômeno de massa. Por que perversamente? Porque seus torcedores, desavisadamente, acreditam que o clube é o "povão" e não fazem idéia de que o clube já foi fortemente racista (não aceitava negros e mulatos em seus quadros) e aristocrático (tal qual seu irmão siamês, o Fluminense). Assim, o trabalho iniciado pela Rádio Nacional e consolidado pela Rede Globo foi muito competente e fazem com que os flamenguistas acreditem que torçam para o clube do povo. Mal sabem eles que, em sua maioria, caso quisessem, não conseguiriam sequer chegar perto das dependências do clube. Entrar então, nem pensar. Eles não seriam bem vistos no clube localizado no ponto mais nobre da zona sul carioca. É muita leviandade!

Além disso, as razões para o repúdio ao Flamengo não param por aí. Será que é coincidência que seu mascote seja um urubu? Ninguém gosta de urubu, um animal nem um pouco simpático, tal como os flamenguistas. Além de chatos e desagradáveis, 95% de seus torcedores não entendem nada de futebol, pois não acompanham de perto o esporte bretão (dos 5% restantes, eu não conheço praticamente ninguém, mas eles devem existir). Em suma, é um fenômeno parecido com o catolicismo no Brasil, existem os praticantes e os não-praticantes, sendo que os últimos são a maioria. Assim, a torcida do urubu pode até ser a maior do Brasil, mas se se contarem apenas os praticantes (os que acompanham e entedem de futebol), ela fatalmente não será. Afinal, a maioria são flamenguistas não-praticantes.

Não acabou. A maioria das palavras que têm o prefixo "fla" designa coisas ruins. Flatulência é algo desagradável. Flacidez é anti-estético. Flagelo é desastroso. E Flamengo é a síntese de tudo isso: desagradável e desatroso. Anti-estética fica sendo sua torcida, para completar.

No mais é isso. Poderia me alongar ainda muito mais para mostrar que o Flamengo não é uma coisa boa. Mas fico por aqui. Não sem antes cantarolar: "Tu és time de otário e cuzão; puta, viado e ladrão; tomá no cu mengo. Eu sempre te odiarei; onde estiver xingarei; tomá no cu mengo".

13 comentários:

Magum disse...

Para qualquer torcedor que entenda de futebol e seja imparcial é fácil compreender que você não passa de um sofredor nato, daqueles que há muitos anos não consegue ver o seu time do coração sagrar-se vencedor em cima do rubro-negro e então utiliza-se de "lendas" para justificar os fracassos, frustração e a falta de alegria que é torcer para um time medíocre que joga um bom campeonato mas que na hora da decisão entra em "parafuso", "amarela" e mais uma vez ouve um efusiante: "Vice de novo!!!" Sua história de complô internacional por parte da arbitragem (o juiz do jogo com o Ciencisano era Paraguaio) é no mínimo de uma grande imaginação! Enquanto vocês e os chorões botafoguenses derramam lágrimas a fila de torcedores contentes e cheios de orgulho rubro-negros aumenta!!! Vcs nos fazem rir e muito!!!

Bruno Cameschi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruno Cameschi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruno Cameschi disse...

Meu caro anônimo, em nenhum momento falei em complô, muito menos internacional. Só falei e reitero que são muitas as torcidas que, com razão, já reclamaram da arbitragem em jogos contra o flamerda. O exemplo mais gritante disso é o duelo contra o Atlético-MG, pela Libertadores em 1981, cujo link está na postagem. O nome do vídeo no youtube é a "maior roubalheira da história" e realmente o é. Como eu já disse, os urubus só reclamaram da arbitragem em um jogo em toda a história do futebol.Isso é no mínimo um dado curioso. Agora se você é mais uma vítima da anencefalia provocada pelos fenômenos de massa eu não posso fazer nada, a não ser lamentar.

Gabriel "Pardal" Carneiro disse...

Sem comentários mesmo. De qualquer forma fica aqui um abraço pra você. Se quiser ler um artigo sério entra lá em gabrielpardalcarneiro.blogspot.com . A gente se vê na pelada, abraço Gabriel "Pardal"!

Gabriel "Pardal" Carneiro disse...

Bom.....só agora que fui ler o comovente texto que escreveu. Me abstenho de observações a respeito, afinal, ache o que quiser, tou pouco me fudendo. Só preciso corrigir um pequeno erro técnico cometido, que foge a questão da opinião pessoal e atinge o patamar da veracidade dos fatos. Bom... Provavelmente você deve ter visto o Sportv news da noite de quarta ou a reportagem da globo.com que falavam que o Marcinho tinha matado a bola na mão no segundo gol do Flamengo contra o Cienciano. Essa declaração foi corrigida no dia seguinte no redação Sportv quando mostraram o lance lateralmente, o ângulo mais indicado para observa-lo, e viu-se que a bola passou a pelo menos 20 centimetros da mão do jogador do flamengo. Fato é que a camera da "denuncia" estava posicionada
perpendicular ao lance, tirando a noção de profundidade (um efeito parecido com o que as pessoas usam para fazerem "chifrinhos" umas nas outras em fotografias de albuns de família e afins). Se procurar no youtube achará o lance visto lateralmente que justifica minha declaração. Um grande abraço, até mais!! Gabriel(PardaL)

chico macedo disse...

fantástico, fantástico. saudades das conversas bem embasadas pós-pelada.

Como brasiliense com ascendência mineira e morador do Rio de Janeiro o que mais me impressiona nisso tudo é:

- em tempos de aquecimento global, quanta tinta gasta, quanto papel jogado fora repercutindo o encerramento do primeiro turno de um campeonato estadual em que, forante o Ameriquinha, não teve nenhuma grande ausência na fase final de disputa.

Resende, Boa Vista e Macaé são times montados com menos base do que a equipe de Ciencias Sociais do Jiunbs. E antropólogos e sociólogos ainda saem na frente porque ao menos fazem "estudo de campo".

O mais problématico dos olhares globais sobre a "polêmica" de domingo é que, enquanto repercurtem uma final inventada e o roubo nesta decisão, esquecem do grande escrete de 2008: o invicto Cruzeiro Esporte Clube.

Falar que o Flamengo ganhou a Taça Goiabada roubado é dar manchete para o homem que roubou pão (por estar com fome) na padaria.

Quanto a final de 1981 contra o Atlético Mineiro, no fundo, no fundo, o Galo merecia.

O próprio nome dos alvinegros delimita os limites de vôo que se propôem (Juiz de Fora já é terreno estrangeiro para eles). Se não têm nem Copa do Brasil, a América do Sul é um pouco perigosa demais para iniciantes.

abraço, chico.

Huguera disse...

Existe um problema crônico na imprensa esportiva brasileira: a memória seletiva.

Pois bem, lembram do caso das Papeletas Amarelas, um absurdo do ano de 86 (nem tão distante) que ninguém debate, ninguém comenta, simplesmente se esquece.

Agora, toda semana nas mesas redondas alguém fala do gol impedido do Túlio em 95, ninguém fala da ajeitada com a mão no lance que originou o empate santista.

Todo mundo fala do empurrão do Maurício na final de 89. Ninguém fala que na Taça Guanabara daquele ano, a partida entre Botafogo e Flamengo estava empatada até o último lance quando Paulinho Criciúma arrematou um belo chute, mas no meio da trajetória o juiz absurdamente terminou a partida e o gol não foi validado. ABSURDO! Com a vitória o Botafogo teria vencido a Taça Guanabara, como depois venceu a Taça Rio nem precisava ter final contra o Simpaticíssimo.

Só digo uma coisa: VÃO SE FUDER!!

Rafael disse...

Gostaria de acrescentar mais alguns elementos nesse belíssimo ensaio acadêmico. primeiro, é impossível que a torcida do flamengo seja a maior do mundo se nem do Brasil ela é a maior. Escrevo isso baseado em números, já que no último ano a maior média de público no Brasil foi do Baêa e, na falta de outro modelo de averiguação confiável ( só pessoas desinformadas e com baixo índice de escolaridade confiam nos institutos de pesquisa e seus métodos utilizados)eu fico com esse. Em segundo lugar, assistimos semana passada a uma vergonhosa campanha midiática patrocinada pelo tablóide "FLANCE" para que a torcida flamenguista comparecesse ao estádio na copa libertadores, campanha que não logrou êxito. A torcida do flamengo foi inchada pela mídia, como já citado no ensaio, e só sobreviverá a partir da mídia, sendo necessário constante enfoque dos meios já citados e subterfugios diversos como: microfone instalado na torcida organizada aumentando o volume dos gritos e grunhos; incentivo, inclusive financeiro, à utilização de camisas rubro-negras por artistas globais; pesquisas com enfoque na própria torcida visando aumentar a auto estima já tão desgastada desses torcedores.

Sérgio Bertoldi disse...

A única conclusão que se pode chegar aqui é a de que ninguém conhece muito a palavra "imparcialidade".

aheuaheaueuaheaueh

tentem...

Andrecatuaba disse...

De longe, esse foi o melhor artigo já publicado nesse blog, uma pérola de bom-senso e, claro, alguma zoação com a urubuzada. E não vou continuar batendo em bêbado porque os fatos falam por si: ontem (quinta-feira) o fla-merda tomou de três no Uruguai, e seus jogadores protagonizaram cenas lamentáveis: um, agrediu o bandeirinha. O outro deu uma voadora de sola no adversário e depois, em entrevista, teve a cara de pau de dizer que o árbitro foi muito rigoroso. Faz-me rir, hahaha...

Andrecatuaba disse...

Ah, Bruno, uma sugestão... escreva um texto sobre a legitimidade política das FARC, se é que existe alguma...

Unknown disse...

Presenciei a tudo isso e assino embaixo,o tal flamenguista sofre de memória ao se recordar apenas de glórias.Nas derrotas vergonhosas de viradas extraordinárias ao seu desfavor,esquecem.Nas vitórias,títulos e jogos polêmicos,que na maioria das vezes os favorecem,vibram,sem nem menos ter a vergonha de terem sido beneficiados...e é lamentável como a "imprensa"chega a ser de acordo com tanta safadeza...